Um certo “centro educacional” de Friburgo obrigou professores e professoras a participar de uma “formação” com base no Programa Brasil Paralelo, cujo conteúdo é carregado de fake news, com flagrante distorção dos fatos históricos como a ditadura militar, a escravidão e a colonização do Brasil, disseminando teorias conspiratórias e negacionistas promovidas por Olavo de Carvalho, Jair Bolsonaro e Ernesto Araújo.
Trata-se de divulgação de conteúdo mentiroso, antipedagógico e fascista, promovendo uma visão ultraconservadora da sociedade brasileira. São os mesmos que hipocritamente defendem uma “escola sem partido”, mas difundem uma ideologia política de extrema-direita. Inaceitável!
Para além da “formação” do pessoal docente, há a obrigação de que os profissionais da escola trabalhem conteúdos baseados nesta cartilha fascista com seus alunos e alunas. Também são assediados no sentido de gravarem vídeos sobre o programa.
PROFESSORA DEMITIDA EM MEIO A UM TRATAMENTO CONTRA CÂNCER
Uma professora que se recusou a proceder desta maneira foi demitida, numa evidente postura dos donos da escola de perseguição política e ideológica! Para piorar a situação, outra professora foi demitida em meio a um tratamento contra um câncer. Trata-se de uma atitude que expressa toda a desumanidade dos patrões! Estudantes, assim como pais e mães, ficaram profundamente tristes e revoltados com a saída das professoras, muito admiradas e reconhecidas por seu competente trabalho.
Tal postura é muito coerente com o posicionamento político adotado por quem se baseia nas falsas teorias do “Brasil Paralelo” e do movimento conhecido como “Escola Sem Partido”: pessoas diferentes são tratadas com desdém e total desrespeito, devem ser afastadas do convívio com os demais. Já vimos essa história com a ascensão do fascismo no mundo e especificamente com o nazismo na Alemanha.
A dita escola fez parte do grupo de colégios particulares de Nova Friburgo que convocaram professores e professoras para trabalhar durante o recesso de julho, em colônias de férias, cursos de plataformas ou atividades que fogem ao permitido na Convenção Coletiva de Trabalho e na CLT. A nossa Convenção deixa evidente que os/as profissionais só podem ser chamados para participar de atividades como “reuniões de cadeira e sessões de orientação e assistência pedagógica”, conforme prevê a Cláusula quarta da CCT.
Convocar professores e professoras neste período para dar aulas ou atuar em colônias de férias, além de descumprir totalmente a legislação trabalhista, é imoral e desumano, pois impede o necessário e sagrado direito ao descanso dos trabalhadores e das trabalhadoras da educação, que vêm sofrendo inúmeras doenças ocupacionais, tais como a síndrome de Burnout (esgotamento físico e mental em razão do estresse crônico e cotidiano de lidar com várias situações de conflito e problemas alheios), distúrbios vocais, dores nas costas, hipertensão e problemas cardiovasculares, crises que afetam a saúde mental, etc.
O Sinpro de Nova Friburgo e Região está mobilizado e nosso departamento jurídico está adotando todas as medidas cabíveis para barrar esses descalabros cometidos por escolas cujos patrões agem como se estivessem no tempo do Brasil Colônia!
REPÚDIO ÀS DEMISSÕES! BASTA DE SUPEREXPLORAÇÃO! EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA!